A Justiça paulista ordenou a coleta de depoimentos das partes envolvidas e das testemunhas no processo movido por Lucas Grudzien, hoje com 28 anos, contra o padre Edson Felipe Gonzalez. Lucas acusa o religioso de tê-lo estuprado repetidamente durante sua adolescência, quando atuava como coroinha em uma igreja no Guarujá, litoral de São Paulo.
++ Segredo revelado: como a IA faz dinheiro pingar na sua conta durante a noite
A decisão foi tomada pela 12ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que acatou um recurso da defesa de Lucas. Anteriormente, a solicitação de depoimento pessoal e o número de testemunhas haviam sido negados. Segundo o tribunal, os depoimentos são essenciais para esclarecer os fatos.
++ Prima de Ana Castela que faleceu em Cuiabá estava esperando bebê
Lucas relatou que iniciou o curso de coroinha em 2012 e, aos 15 anos, começou a ser assediado pelo padre, que o teria forçado a ficar mais tarde na igreja em uma ocasião — momento em que, segundo ele, ocorreu o primeiro estupro. Os abusos teriam continuado por mais de um ano.
A denúncia aponta ainda que o padre pedia para que o jovem apagasse todas as conversas entre eles nas redes sociais. A situação foi descoberta pela família após o pai de Lucas encontrar indícios e questioná-lo. A partir disso, a família procurou o Ministério Público e registrou um boletim de ocorrência.
O advogado do padre, Ricardo de Souza, afirmou que os depoimentos e provas reunidas até o momento indicam que não houve crime. Ele destacou que a denúncia teria se originado após a mãe de Lucas encontrar mensagens em um computador, mas que a perícia não encontrou nenhum conteúdo comprometedor.
Conforme a legislação atual, o prazo de prescrição para crimes de estupro pode chegar a até 20 anos, dependendo da pena prevista. No caso de estupro de vulnerável, a contagem do prazo começa apenas quando a vítima atinge a maioridade, aos 18 anos.


