
O ex-presidente da Síria, Bashar al-Assad, de 60 anos, foi levado às pressas para um hospital nos arredores de Moscou após uma suposta tentativa de envenenamento. Assad, que foi deposto há dez meses após a queda de seu regime em Damasco, vive atualmente sob proteção do presidente russo Vladimir Putin, que lhe concedeu asilo político em dezembro do ano passado.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Assad foi liberado recentemente do hospital e seu estado de saúde é considerado estável. A suspeita é de que ele tenha sido envenenado em uma ação destinada a constranger o governo russo, levantando dúvidas sobre sua segurança e a possível cumplicidade de Moscou.
Relatos não confirmados indicam que Assad deu entrada no hospital em estado crítico, com sintomas como dificuldade para respirar e tosse violenta. Esta marca a segunda tentativa de assassinato em menos de um ano. Em um episódio anterior, ele também teria sido envenenado e tratado em seu apartamento.
O irmão de Assad, Maher, foi autorizado a visitá-lo, sob forte esquema de segurança. A Rússia ainda não se pronunciou oficialmente sobre o incidente. Enquanto isso, as novas autoridades sírias continuam exigindo a extradição de Assad, pedido que tem sido recusado por Putin.
Assad, sua esposa Asma e outros membros do antigo regime fugiram para a Rússia após a tomada de Damasco por forças rebeldes em novembro. Após duas décadas no poder, a queda de Assad encerrou uma dinastia iniciada por seu pai, Hafez al-Assad, em 1971. A guerra civil síria, iniciada em 2011, deixou centenas de milhares de mortos e resultou em grande destruição no país.
Desde sua chegada à Rússia, Assad não foi visto em público e acredita-se que esteja sob vigilância constante dos serviços secretos russos. A tentativa de assassinato reacende tensões diplomáticas e levanta preocupações sobre a estabilidade do ex-líder no exílio.


