A ativista ambiental Greta Thunberg foi detida por forças israelenses durante a interceptação da flotilha humanitária Global Sumud, que se dirigia à Faixa de Gaza com suprimentos essenciais. O grupo, composto por mais de 40 embarcações civis e cerca de 500 pessoas — incluindo parlamentares, advogados e ativistas — partiu da ilha de Creta com o objetivo de entregar fórmulas infantis, medicamentos e outros itens à população palestina afetada pela guerra.
Imagens e vídeos divulgados mostram o momento em que soldados israelenses, fortemente armados, abordam os barcos e detêm os ativistas, incluindo Thunberg. Segundo o Ministério das Relações Exteriores de Israel, os passageiros foram levados com segurança para um porto israelense, onde terão início os procedimentos de deportação para a Europa após o fim do feriado de Yom Kippur.
A ação gerou ampla repercussão internacional, com protestos em diversas cidades da Europa e América Latina, como Roma, Berlim, Buenos Aires e Bogotá. Governos como o do Reino Unido e da Espanha expressaram preocupação com a segurança dos detidos e pediram que a ajuda humanitária seja entregue por organizações competentes.
Autoridades israelenses classificaram a tentativa dos ativistas como uma “violação de soberania” e prometeram deportar todos os envolvidos. A ONU, por meio da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar, já havia alertado para a crise humanitária em Gaza, onde a fome atinge níveis alarmantes. Em agosto, pelo menos 251 civis morreram de desnutrição, quase metade deles crianças.
A detenção de Thunberg e outros ativistas reacende o debate sobre o bloqueio imposto à Faixa de Gaza e o papel da comunidade internacional diante da crise humanitária. Enquanto isso, dezenas de barcos da flotilha ainda permanecem em alto-mar, tentando entregar ajuda à população faminta.


