Enrique de Abreu Lewandowski, filho do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, atua como advogado da empresa Terra Nova Trading, que está associada a um esquema bilionário de fraudes envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), Polícia Federal (PF) e Receita Federal revelou conexões entre a facção criminosa, o setor de combustíveis e instituições financeiras, no âmbito da Operação Carbono Oculto.
Documentos judiciais apontam Enrique como defensor da Terra Nova Trading em ações na Justiça, incluindo um processo tributário no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), com movimentação registrada em 2019, e outro no Tribunal de Justiça de São Paulo, datado de 2021. Conforme apurações da PF em 2020, a empresa teria sido usada para criar créditos tributários fictícios, manipular preços em negociações internas e lavar dinheiro oriundo do crime organizado.
A Terra Nova Trading teria sido utilizada por Mohamad Hussein Mourad, identificado pelo MPSP como figura central no esquema. Mourad usava a empresa para importar nafta com alíquota de apenas 1%, em contraste com os 25% cobrados em São Paulo, o que permitia a produção de combustíveis de forma ilegal e mais barata.
Em resposta, a assessoria de Enrique Lewandowski afirmou que ele atua apenas na área cível e tributária da Terra Nova desde 2018, sem envolvimento em causas criminais. Enrique declarou desconhecer processos nos quais não está legalmente constituído e repudiou tentativas de criminalizar o exercício da advocacia, reafirmando seu compromisso com a legalidade e a ética profissional.
A Terra Nova também se manifestou, negando qualquer envolvimento com atividades ilícitas. A empresa esclareceu que não foi alvo da operação mencionada e que todas as suas ações seguem rigorosamente a legislação brasileira. Afirmou ainda que não possui vínculos societários ou administrativos com a empresa Copape/Aster e que a relação comercial com a Copape foi encerrada em janeiro de 2023. Segundo a empresa, todos os produtos importados foram devidamente certificados e nunca houve autuação por parte de autoridades estaduais ou federais.
