Em 2018, a estudante de medicina Grace Spence Green, então com 22 anos, teve sua vida drasticamente alterada após um acidente surreal em um shopping center em Londres. Enquanto caminhava no térreo do Westfield Stratford, um dos maiores shoppings do Reino Unido, ela foi atingida por um homem que se jogou do terceiro andar, caindo de uma altura de 30 metros. O impacto causou uma grave lesão na medula espinhal de Grace, que a deixou paralisada do peito para baixo.
Na época, Grace cursava o quarto ano de medicina e levava uma vida ativa, praticando escalada desde a infância e sonhando com a carreira médica. Após o acidente, passou por uma cirurgia de oito horas e semanas de reabilitação no Royal National Orthopedic Hospital, onde enfrentou o desafio de aceitar sua nova realidade. Apesar da gravidade da lesão, ela não sentiu raiva do homem que caiu sobre ela, Amsumana Sillah Trawallyi, que foi condenado a quatro anos de prisão por lesão corporal grave. A justiça concluiu que o réu agiu com certo grau de premeditação, embora não se saiba ao certo por que ele pulou.
Determinada a não abandonar seu sonho, Grace recebeu apoio irrestrito da universidade e retomou os estudos. Formou-se e hoje atua como médica residente em um hospital de Londres, sendo a única cadeirante da equipe. Ela afirma que sua cadeira de rodas a faz sentir forte e que nunca teve sua competência questionada por pacientes.
Grace compartilha sua história no livro To Exist As I Am: A Doctor’s Notes on Recovery and Radical Acceptance, lançado em junho de 2025 no Reino Unido. A obra aborda sua jornada de superação, aceitação e ativismo pelos direitos das pessoas com deficiência. Para ela, o acidente foi um ponto de virada, e sua missão agora é mostrar que andar não é sinônimo de felicidade ou capacidade.
