O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que está considerando reclassificar a maconha como uma substância de menor risco, o que pode representar uma mudança significativa na política federal sobre a droga. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa em que Trump também anunciou uma intervenção federal em Washington.
Segundo o republicano, a decisão deve ser tomada nas próximas semanas. Ele destacou que ouviu relatos positivos sobre o uso medicinal da cannabis, especialmente no tratamento de dores, embora tenha ressaltado que o tema é complexo.
A proposta, que não legaliza a maconha, mas reduz restrições federais, permitiria que empresas do setor tivessem acesso a deduções fiscais e facilitaria a realização de pesquisas científicas. Essa mudança retomaria uma iniciativa iniciada durante o governo de Joe Biden, mas que não foi finalizada.
A discussão ganhou força após grandes doações de empresas do setor canábico a grupos políticos ligados a Trump. No início do mês, um evento de arrecadação promovido em seu clube de golfe em Nova Jersey teve cotas de participação de até US$ 1 milhão.
Atualmente, a maconha é classificada como substância de “Lista 1” (Schedule I) pelo governo federal dos EUA, o que a coloca no mesmo nível de controle de drogas como a heroína. A reclassificação a colocaria em uma categoria com menos restrições, reconhecendo um “potencial moderado a baixo” de dependência física e psicológica, segundo a DEA (Agência de Repressão às Drogas).
A discussão ocorre em meio a dados que mostram mudanças no consumo da substância no país: um em cada seis americanos usa maconha ao menos uma vez por mês, e o uso diário da droga já supera, pela primeira vez, o consumo diário de álcool nos Estados Unidos.


