Kiraz e Aruna, gêmeas siamesas de um ano e meio, nascidas em Igaraçu do Tietê (SP), foram separadas com sucesso após uma cirurgia de 15 horas realizada no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente de Goiânia (Hecad), com o procedimento concluído neste domingo (11). As meninas nasceram unidas pelo tórax, compartilhando múltiplos órgãos, como fígado, intestino, genitália, ânus e parte do abdômen, além de possuírem três pernas e uma única bacia.
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De acordo com o hospital, Kiraz e Aruna estão em recuperação na UTI. A operação foi integralmente custeada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mobilizando mais de 60 profissionais de saúde. A equipe foi composta por 16 cirurgiões de diversas especialidades, incluindo cirurgia plástica, ortopedia, vascular, urologia e aparelho digestivo, além de quatro anestesistas.
A cirurgia foi coordenada pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil, referência nacional em procedimentos envolvendo siameses. Segundo o especialista, o custo estimado de uma operação desse porte gira em torno de R$ 2,5 milhões, devido à complexidade e ao número elevado de profissionais envolvidos.
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As gêmeas foram classificadas como siamesas esquiópagas triplas, condição rara em que compartilham a pelve e parte inferior do corpo. Durante a cirurgia, a terceira perna foi removida e seus tecidos foram utilizados na reconstrução corporal das meninas, que passaram a ter uma perna cada.
Para viabilizar a separação, as irmãs passaram por uma cirurgia prévia há seis meses, quando receberam expansores de pele — próteses de silicone implantadas sob a pele e infladas gradualmente para estimular o crescimento de tecido suficiente para cobrir as áreas que ficariam expostas após a separação.
A tecnologia de ponta utilizada no procedimento incluiu o bisturi de argônio, que corta e coagula com alta precisão, e um sistema de autotransfusão, que coleta, filtra e devolve o sangue ao paciente.
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