Poucas horas depois de declarar que o governo Lula teria se recusado a apoiar o Rio de Janeiro em uma operação policial de grande porte, o governador Cláudio Castro (PL) entrou em contato com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. A ligação aconteceu na tarde desta terça-feira (28/10), segundo fontes próximas à ministra.
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De acordo com relatos feitos à coluna, Castro afirmou que sua intenção não era criticar o governo federal, mas sim esclarecer que não houve participação da União porque o estado não havia solicitado apoio formal. Gleisi confirmou que o governador explicou que não houve um pedido oficial de ajuda.
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Mais cedo, em entrevista coletiva, Castro havia dito que o Rio estava “sozinho” na megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, e que tanques da Marinha assim como apoio logístico e armamentos precisos para a mega operação na zona norte da capital havia sido negados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele também afirmou que o governo federal recusou pedidos de apoio feitos anteriormente.
O governador alegou que o Ministério da Defesa recusou três solicitações para o envio de veículos blindados, justificando que a liberação dependeria da decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), medida à qual o presidente Lula se opõe.
Castro criticou a falta de colaboração do governo federal, dizendo que a justificativa mudava a cada dia. Ele voltou a afirmar que o estado carioca está enfrentando o crime organizado praticamente sem apoio federal.
A operação policial, que mobilizou cerca de 2,5 mil agentes, já resultou em mais de 60 mortes, incluindo quatro policiais. O número de vítimas torna esta a ação mais letal da história do estado, de acordo com registros oficiais.
A tensão entre o governo estadual e o federal ocorre em meio a um cenário de violência crescente e pressões por ações mais coordenadas no combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado no Rio de Janeiro.


