Nesta quinta-feira (4/9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas ao projeto de lei que propõe anistiar envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro. Durante um encontro com influenciadores e lideranças comunitárias do Aglomerado da Serra, na periferia de Belo Horizonte (MG), Lula alertou para o perigo de a proposta avançar no Congresso Nacional, destacando a necessidade de mobilização popular contra a medida.
O presidente afirmou que, caso o projeto seja votado, há chances reais de aprovação, já que o Congresso atual, segundo ele, não representa os interesses das periferias. Embora tenha reconhecido que o Parlamento tem colaborado com seu governo, Lula apontou que a extrema-direita ainda possui influência significativa. “É uma luta que precisa ser travada pelo povo”, declarou.
O debate sobre a anistia ocorre em meio a articulações da oposição no Legislativo, que busca incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os beneficiados. Bolsonaro está prestes a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado, o que pode resultar em sua condenação.
Em resposta a essas movimentações, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pretende apresentar um texto alternativo que exclui Bolsonaro e seus aliados da anistia. No entanto, essa proposta tem enfrentado resistência da oposição, que insiste na inclusão do ex-presidente.
Durante a conversa com os comunicadores, Lula também criticou duramente brasileiros que, nos Estados Unidos, pedem que o presidente Donald Trump interfira na política brasileira para evitar a prisão de Bolsonaro. Para Lula, esses indivíduos, que antes se diziam patriotas ao se envolverem em manifestações com a bandeira do Brasil, agora estariam “embrulhados na bandeira americana”, pedindo apoio externo contra o país.


