
Pesquisadores conseguiram reconstruir, com sucesso, o genoma completo de uma cepa da Yersinia pestis — a bactéria responsável pela Peste Negra — a partir de DNA extraído de restos mortais datados de 700 anos atrás. A descoberta foi feita por uma equipe internacional de cientistas, que analisou ossadas encontradas em um cemitério medieval na Europa.
A Peste Negra foi uma das pandemias mais devastadoras da história, tendo dizimado cerca de um terço da população europeia entre os anos de 1347 e 1351. O avanço científico atual permitiu que os especialistas sequenciassem o DNA bacteriano preservado nos dentes de vítimas da peste, revelando informações genéticas cruciais sobre a origem e evolução da doença.
Segundo os estudiosos, o genoma reconstruído é praticamente idêntico ao da cepa moderna da Yersinia pestis, indicando que a bactéria sofreu poucas mutações ao longo dos séculos. Essa estabilidade genética surpreende os cientistas, pois revela que a letalidade da peste não se deve apenas às características da bactéria, mas também às condições sanitárias e sociais da época.
A análise também ajuda a entender melhor como a peste se espalhou tão rapidamente durante a Idade Média. O estudo sugere que fatores como comércio intenso, migrações e falta de higiene contribuíram para a propagação da doença em larga escala.
Os pesquisadores destacam que a técnica utilizada para extrair e sequenciar o DNA antigo pode ser aplicada a outras doenças históricas, abrindo caminho para novas descobertas sobre epidemias passadas. Esse tipo de estudo genético pode oferecer pistas valiosas para o combate a futuras pandemias, ao permitir uma compreensão mais profunda da evolução dos patógenos ao longo do tempo.
A reconstrução do genoma da Yersinia pestis representa um marco importante na paleogenética e reforça a importância da ciência na preservação da memória histórica e na prevenção de crises de saúde pública.


