O cantor Junior Lima, conhecido por sua trajetória ao lado da irmã Sandy, revelou em entrevista ao programa Saia Justa que realiza terapia há duas décadas. O motivo, segundo ele, está ligado a inseguranças profundas causadas por rumores sobre sua orientação sexual durante a adolescência.
Junior explicou que, no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, o ambiente machista e conservador da época teve forte impacto em sua autoestima. Ele contou que os boatos sobre sua sexualidade começaram ainda jovem e que, por não entender completamente o que sentia, acabou desenvolvendo inseguranças que o acompanham até hoje. “Gerou uma insegurança absurda. Por ser um homem, principalmente naquela época, que era completamente diferente da consciência de hoje”, afirmou.
O artista destacou que sempre esteve inserido em ambientes considerados mais femininos, como a música e a dança, e que sua convivência próxima com a mãe e a irmã também contribuía para sua sensibilidade e empatia — características que, na época, eram vistas com preconceito. “Era um período muito machista. Então o que isso gerava em mim, e era sempre à base de fofoca, reflete em mim até hoje”, disse. Ele completou dizendo que foram necessários anos de análise e coragem para manter sua essência e não negar sua sensibilidade.
Junior também comentou que sua postura mais sensível e preocupada com as mulheres ao seu redor era muitas vezes mal interpretada, o que reforçava os estigmas. “Sempre fui um homem que viveu na arte, dançando, compondo… É um ambiente extremamente feminino, porque estava o tempo todo com a minha mãe e irmã”, relatou.
A fala do cantor repercutiu nas redes sociais, sendo vista como um importante testemunho sobre masculinidade, sensibilidade e saúde mental, sobretudo no contexto artístico e social do Brasil das últimas décadas.


