A atriz Paolla Oliveira está vivendo uma montanha-russa emocional com a repercussão de sua personagem Heleninha, no remake especial da novela Vale Tudo. Conhecida por sua entrega nas atuações, Paolla esperava empatia do público ao retratar uma mulher enfrentando o alcoolismo, mas se deparou com julgamentos pesados e falta de compreensão.
Em entrevista ao jornal Extra, a atriz revelou surpresa com a frieza de parte da audiência, que enxerga o alcoolismo como um problema exclusivo de pessoas ricas e privilegiadas. Em vez de acolhimento, Heleninha tem despertado críticas superficiais. “Se a gente não levanta a bola, não tem jogo”, afirmou Paolla, reforçando a importância de abordar temas delicados na teledramaturgia.
Com uma vivência pessoal próxima ao tema, Paolla mergulhou na preparação para o papel: frequentou reuniões de Alcoólicos Anônimos e ouviu especialistas em saúde mental. Sua intenção era ser uma porta-voz de uma realidade muitas vezes invisibilizada. No entanto, reconhece que se ver representado em situações difíceis pode gerar desconforto no público.
As críticas nas redes sociais, muitas vezes rasas e impulsionadas pelo anonimato da internet, também foram pauta do desabafo da atriz. Ela afirma não se blindar e tenta compreender o que está por trás dos comentários. “A gente não pode só enaltecer quando é bom”, refletiu.
Paolla ainda explicou os “tiques” da personagem, como o gesto constante de mexer no cabelo, que surgiu da ansiedade e paixão de Heleninha por Ivan (Renato Góes). Ela considera o papel um dos mais desafiadores da carreira e celebra o incômodo que ele gera, enxergando isso como sinal de impacto verdadeiro.
Apesar das críticas iniciais, a atriz manteve seu estilo de atuação e viu a percepção mudar com o tempo. “Continuei fazendo o meu. Depois de duas semanas, as críticas mudaram. Acharam que mudei por causa delas, mas as cenas já estavam gravadas”, revelou.
Com quase duas décadas de carreira, Paolla demonstra maturidade diante da pressão e afirma estar mais realizada do que nunca: “Heleninha me deixa viva, me motiva, me desgasta de um jeito que eu amo.”
