Gabriela Amerth, atriz carioca de 30 anos, vive um momento decisivo em sua carreira: a estreia de seu primeiro longa-metragem nos Estados Unidos, após sete anos de luta em Nova York. Sem agente e conciliando trabalhos como garçonete, babá, passeadora de cães e fotógrafa, Gabriela superou mais de 70 testes recusados até ser escalada para o papel de Elizabeth, uma jovem neurodivergente no filme Brownsville Bred, exibido no Los Angeles Latino Film Festival.
Nascida no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, Gabriela começou no teatro aos 11 anos e encontrou na atuação um refúgio contra o bullying e um espaço de pertencimento. Sua preparação para viver Elizabeth foi marcada por uma abordagem cuidadosa e respeitosa, evitando caricaturas e buscando a humanidade da personagem. Inspirada por vivências reais e por vídeos da pessoa que inspirou o papel, a atriz se dedicou a entender a neurodivergência sem estereótipos, focando na complexidade emocional da personagem.
Com passagens por séries como Succession e produções da Prime Video, Gabriela sente que está finalmente vivendo de sua arte. Ela destaca a solidão como um dos maiores desafios de morar fora, mas acredita que todas as experiências – inclusive as mais difíceis – contribuíram para sua maturidade artística.
A atriz vê seu trabalho como uma forma de ativismo, capaz de gerar empatia e provocar reflexão. Seu sonho? Atuar ao lado de nomes como Fernanda Montenegro, Meryl Streep e Viola Davis, além de participar de projetos que vão de musicais a filmes de Christopher Nolan.
De uma infância marcada por sonhos e inseguranças até o reconhecimento internacional, Gabriela Amerth é prova viva de que insistir, mesmo diante de inúmeras portas fechadas, pode levar ao estrelato. E ela ainda promete ir muito mais longe.


