Um crime brutal chocou a Venezuela neste domingo (22/6): o influenciador digital Gabriel Jesús Sarmiento Rodríguez, de 25 anos, foi assassinado a tiros durante uma transmissão ao vivo no TikTok. Conhecido como @unleacks e com mais de 76 mil seguidores, Gabriel era famoso por denunciar supostos casos de corrupção policial e atividades de gangues locais, incluindo menções diretas a figuras poderosas como o líder criminoso foragido Héctor “Niño” Guerrero, o ministro do Interior Diosdado Cabello e a governadora de Aragua, Johana Sánchez.
Durante a live, Gabriel relatava a invasão de sua casa por homens armados, enquanto sua mãe pedia socorro. Ele chegou a apelar ao serviço de inteligência venezuelano (Sebin), mas foi executado diante da câmera. Sua mãe também foi baleada no abdômen e segue hospitalizada. O influenciador foi atingido por nove disparos e não resistiu aos ferimentos. O crime está sendo investigado pela 69ª Promotoria Nacional da Venezuela.
Gabriel já havia sido preso por 15 dias na cadeia de La Morita, onde afirmou ter recebido ameaças de morte. Seu conteúdo voltado à denúncia de autoridades e criminosos locais levantava suspeitas sobre possíveis retaliações. A execução ao vivo reacende o alerta sobre a crescente onda de assassinatos transmitidos em redes sociais na América Latina.
Casos semelhantes têm ocorrido em países vizinhos. Em maio, a modelo mexicana Valéria Marquez foi morta em seu salão de beleza durante uma live. Na Colômbia, a influenciadora María José Estupiñán foi assassinada por um falso entregador na frente da mãe. No Brasil, o jovem Rômulo Silva Albuquerque, de 19 anos, também foi morto durante uma transmissão ao vivo em Magé, no Rio de Janeiro.
O assassinato de Gabriel levanta questões inquietantes: quem mandou matá-lo? O que ele sabia? E até onde vai a impunidade quando a verdade é transmitida ao vivo?


