Um novo estudo publicado pela revista científica BMJ Nutrition Prevention & Health acende um alerta importante sobre os efeitos colaterais das dietas restritivas. A pesquisa, baseada em dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição dos Estados Unidos, analisou os hábitos alimentares e os sinais de depressão de mais de 28 mil adultos entre 2007 e 2018. O resultado? Pessoas que seguem dietas com baixa ingestão calórica ou com restrição severa de nutrientes apresentam níveis significativamente mais altos de sofrimento emocional e físico.
Cerca de 8% dos participantes que aderiram a dietas restritivas relataram sintomas de depressão — uma porcentagem que, embora pareça pequena, revela uma ligação preocupante. Entre os que estavam acima do peso ou obesos, os sintomas foram ainda mais intensos, principalmente entre os homens.
A pesquisa também revelou nuances importantes: dietas com poucas calorias estão mais associadas a sintomas emocionais, como tristeza, desânimo e perda de interesse em atividades cotidianas. Já as dietas que restringem nutrientes específicos provocam mais sintomas físicos, como dores no corpo, fadiga e ansiedade relacionada à saúde.
O estudo reforça a necessidade de cautela ao adotar regimes alimentares rigorosos, especialmente sem acompanhamento profissional. Embora a maioria dos participantes não estivesse em nenhuma dieta, aqueles que optaram por restrições — especialmente os com sobrepeso — apresentaram mais sinais de depressão. Isso levanta uma questão crucial: até que ponto vale a pena sacrificar a saúde mental em nome de um padrão estético?
A conclusão é clara: dietas radicais podem ter um custo alto para o bem-estar emocional e físico. Buscar orientação de nutricionistas e priorizar uma alimentação equilibrada pode ser mais eficaz — e saudável — do que seguir modismos que prometem resultados rápidos, mas cobram caro da mente e do corpo.


